Hoje entendo um pouco
a dor de quem perde um membro.
Dói, coça, sonhamos com ele
e amargamos perceber que não está lá.
Demoramos a nos acostumar,
e se nem sempre dói,
muitas vezes coça, e muito,
e incomoda,
e nos dá saudade de quando o podíamos usar.
O tempo torna mais ameno,
mas nunca volta a ser como antes.
Muitas vezes deve-se recorrer a próteses,
para substituir o seu lugar,
ou a terapia, para o corpo entender
que não há mais o que esperar.
Quem sabe um dia esse membro deixe de doer.
O membro que perdi na vida,
o fantasma que assombra meu dia,
é você.
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