quinta-feira, 11 de abril de 2013

Solidão

Há uma parte de mim que quer uma parte sua.
Tem outra parte em mim que repulsa uma parte de você.
Mas uma parte sem a outra, não consigo ser,
você também não pode desfazer-se em duas.
E no somatório geral, não sei qual das versões ganha
Se a que deseja ou repudia;
a que pulsa ou a que repulsa;
a que quer ou a que desquer;
a que ama ou a que odeia.

Tudo tem dois lados
O nada e o infinito, tão próximos.
O infinito nada tem que o limite,
o nada, é a ausência que não tem fim.
Os opostos são o mais próximo que algo pode chegar
Querendo fugir do Brasil,
virei as costas e fui pro mar.
Em direção ao Japão, sem pensar
Naveguei, naveguei
Só pra descobrir que voltei ao lugar de onde parti.
De tanto me afundar no amor, cheguei a odiar
Tanto naveguei nesse ódio, descobri que era feito de amor.
Amor que estragou, ódio que enterneceu
Paciência que acabou, saudade que me venceu.

Mas no fim das contas não faz diferença,
a mais doce poesia ou o mais vociferante palavrão
de nada tem valor sem que haja um ouvinte.
E assim, meu amor são palavras ao vento,
que ecoam, perdidas, vazias,
sem que você me as escute.

Nenhum comentário:

Postar um comentário