Sabemos que, há muito tempo, um produto nosso causou grave perturbação e
prejuízo a um(a) usuário(a). Apesar do tempo decorrido desde esse lamentável
ocorrido, consideramos pertinente trazer uma nota de esclarecimento aos nossos
consumidores. Buscaremos esclarecer, abaixo, as perguntas mais frequentes, mas
nos colocamos inteiramente à disposição para responder a outras eventuais
dúvidas relacionadas aos fatos pertinentes.
FAQ - FREQUENTLY ASKED QUESTIONS
1) A empresa reconhece o dano aos consumidores?
Sim, nós reconhecemos que causamos dano. Tal reconhecimento já era nítido à
época dos fatos, porém o tempo permitiu o amadurecimento dessa compreensão, de
modo a ampliar a nossa percepção do dano causado. Poderíamos apresentar
explicações, dizendo que o mal funcionamento foi causado por isso ou aquilo, dar
justificativas, arguir que houve circunstâncias alheias ao nosso controle, ou
até asseverar que parte da culpa também foi causada pelo mau uso feito pelo
usuário lesado. Poderíamos dizer isso e muito mais, mas, hoje, nada disso faria
diferença. Não são os atenuantes do fato que nos motivam a dar explicações, mas,
sim, os agravantes. Diante disso, reconhecemos pura e simplesmente o dano
causado, sem "mas", "todavia" ou "entretanto". Reconhecemos e ponto final.
2) A empresa está disposta a pedir desculpas?
Sim, totalmente. Sem rodeios: PEÇO DESCULPAS.
3) Vocês consideram que o pedido de desculpas é suficiente para reparar o
dano causado?
De modo algum! Ao contrário, temos plena convicção de que um pedido de desculpas
de muito pouco ou nada serve. Embora tenhamos noção da pequena relevância desse
pedido de desculpas para aplacar todo o sofrimento causado anteriormente,
trata-se de um pedido de desculpas legitimamente merecido pelo nosso(a)
usuário(a) lesado(a), motivo pelo qual oferecemos nossas desculpas, não como
forma de reparação, mas simplesmente por ser correto.
4) Por que demoraram tanto tempo para apresentar o pedido de desculpas?
Essa pergunta pode parecer simples, mas ela é difícil de responder. Em primeiro
lugar, estivemos convictos de que um pedido de desculpas à época dos fatos, ou
logo após, não era aquilo que o(a) usuário(a) lesado(a) desejava receber. Seria
inoportuno e ineficaz em mitigar os danos causados. Aliás, o próprio pedido de
desculpas, além de não ter qualquer efeito benéfico, poderia agravar ainda mais
a situação. Por esse motivo, pareceu-nos que a verdadeira benfeitoria estaria
mais no silêncio que na proposição de desculpas. Não há como saber se nosso
entendimento da situação foi correto, mas optou-se por agir com máxima precaução
e, com esse propósito, decidiu-se não apresentar qualquer pedido de desculpas ou
de perdão. Além de tudo isso, o próprio respeito pela pessoa do(a) nosso(a)
usuário(a) nos levou a conter de todas as maneiras uma expressão concreta de
desculpas, de modo que nosso silêncio e distância foi a maneira mais pertinente
- e provavelmente única possível - de demonstrar nosso respeito. No entanto, é
importante frisar que, desde o primeiro instante após os fatos (ou mesmo durante
sua ocorrência), já se cultivava o espírito de arrependimento e o desejo de
pedir perdão. De alguma forma, esperamos que tenha chegado aos ouvidos do(a)
nosso(a) usuário(a) que o nosso grito mais forte de desculpas manifestou-se na
forma desse longo silêncio.
5) Por que agora esse pedido de desculpas?
Não sabemos explicar. Talvez haja alguma razão espiritural que desconhecemos,
mas apenas surgiu, como por geração espontânea, um desejo de apresentar o pedido
de desculpas. Talvez seja a forma de Deus comunicar que há chegado o momento em
que esse longo e silencioso pedido de desculpas se traduza em uma curta e direta
manifestação concreta. No entanto, ainda assim, é possível que finalmente o
transcorrer do tempo tenha viabilizado uma comunicação expressa de desculpas sem
os efeitos colaterais que outrora teria. Também a conjunção de fatores, fazendo
com que o silêncio por vezes pareça já não ser mais uma opção sob nosso
controle. É difícil dizer o que seria o certo a se fazer mas, por via das
dúvidas, nossa decisão seria pela manutenção do silêncio indefinidamente (e, lhe
garantimos, caro(a) usuário(a), assim procederíamos não para nos furtamos da
obrigação de nos desculpar, mas na convicção de que, de tudo que poderíamos
fazer, essa seria a alternativa mais correta e que faria mais bem a todos). No
entanto, em alguns momentos parece que não teremos mais a opção do silêncio.
Riscada essa carta para fora do baralho por alguma força maior, parece-nos
chegada a hora de apresentar nossas sinceras desculpas.
6) Vocês acham que basta esse pedido de desculpas para eu lhes perdoar?
Não. Aliás, não há qualquer expectativa de contraparte a esse pedido de
desculpas. Trata-se de uma via de mão única: nós decidimos oferecer nosso pedido
de perdão. Ficaríamos felizes em sermos perdoados, mas essa decisão não nos
cabe. Caso perdoe ou não, ou mesmo caso opte-se por não manifestar coisa alguma,
de todo modo nossa posição é de respeitar qualquer que seja o desfecho. E,
repetindo o que já foi informado linhas atrás, temos plena convicção de que esse
pedido de desculpas não tem a capacidade de anular o que aconteceu ou diminuir o
dano causado. Seríamos muito afortunados se tivéssemos esse poder e certamente o
exerceríamos para desfazer todo o mal causado. Contudo, infelizmente, não temos
esse poder. Como mencionado, não ofeceremos nosso pedido de desculpas confiando
em algum poder obscuro que possa curar todas ou algumas feridas; tampouco
oferecemos para sermos perdoados. Oferecemos simplesmente porque é o certo e o
justo.
7) E se eu já lhes houver perdoado no íntimo, sem o manifestar?
Não há como sabermos. Se for o caso, agrademos o perdão. Como não temos como
saber, contudo, não nos exime de nos desculparmos. Talvez já tenhamos pedido
perdão em silêncio e, em silêncio, tenhamos sido perdoados. Talvez Deus já tenha
costurado todas as coisas por detrás do véu das aparências. Mas, como humanos
que somos, não nos é dado saber. Tomara que seja o caso! De todo modo, talvez
agora Deus nos inste a colocar para fora aquilo que já está resolvido por
dentro. Assim, expressamos aqui nossas sinceras desculpas.
8) Mas e se eu já não lhes houver perdoado, nem desejar perdoá-los?
É um direito seu e respeitamos. Não há qualquer intenção de nossa parte em
convencê-lo(a) do contrário. Pelo contrário, nós ainda temos dúvidas se
merecemos de fato o seu perdão. Trata-se também de uma questão complexa. Todos
podem ser perdoados, mas o perdão vem de Deus. Cada ser humano que existe, que
já existiu ou que existirá é falho, mas todos são igualmente suscetíveis ao
perdão de Deus. Assim, todos podem se arrepender dos seus erros, pedirem perdão
e serem perdoados para seguirem com suas vidas. Contudo, trata-se de uma benção
direta da relação entre o homem e Deus. Não é algo obrigatório na relação entre
homens. Dessa forma, não é obrigatório, nem automático, nem exigível o perdão
entre os semelhantes. Dito isso, estamos diante de uma dupla circunscrição:
sentimo-nos perdoados diante de Deus, motivo pelo qual conseguimos seguir a vida
livres de culpa, mas isso não elimina a relação de dano entre indivíduos. Por
esse motivo, por ser o correto a se fazer, oferecemos o nosso pedido de
desculpas. Trata-se de algo que oferecemos sem esperar qualquer coisa em troca.
Nem mesmo o perdão é esperado. E, já que nos comprometemos a ser totalmente
sinceros aqui, não dependemos desse perdão entre homens para seguirmos com nossa
vida normalmente. Apenas oferecemos, sem qualquer cobrança, sem qualquer culpa,
sem qualquer exigência.
9) Naquela ocasião, vocês queriam me fazer mal?
Não. Possuíamos uma visão equivocada sobre diversos aspectos da vida. Estávamos
convencidos de que, ao contrário, era você quem nos queria fazer mal. Hoje,
conseguimos observar que estávamos muito enganados sobre muitas coisas. Isso não
quer dizer que éramos feitos de puro mal e erro, mas estávamos imbuídos de uma
compreensão muito equivocada dos fatos. Muito daquilo que nos parecia acerto, na
verdade era erro; e o que parecia erro, eram acertos; agíamos mal acreditando
fazer o bem; sentíamo-nos ameaçados por aquele(a) que ameaçado estava;
sentíamo-nos pequenos quando éramos grandes, e grandes, cometendo as piores
pequenezas. Não quer dizer, portanto, que só acertamos ou só erramos, nem que
nosso(a) usuário(a) só acertou ou só errou. Somos humanos, também conhecidos
como um caótico amálgama de erros e acertos. No entanto, os pólos estavam
trocados e, por essa inversão entre negativo e positivo, o resultado foi um
curto-circuito explosivo, perigoso e completamente injustificável.
10) Isso significa que eu também tenho culpa no que aconteceu?
Não. Não é cabível o conceito de "culpa" aqui, no sentido de "alguém que é
responsável por algo". Obviamente vários fatores contribuíram em maior ou menor
grau para o que aconteceu. No entanto, considerando a ideia de "causa
necessária", ou seja, aquela sem a qual o efeito não teria acontecido, é
possível identificar que essa "causa necessária" não estava em você. Portanto,
não é possível falar em culpa do(a) usuário(a). Se fosse para apontar algum
culpado, seria essa compreensão equivocada dos fatos por parte de nossa empresa,
conforme mencionado na resposta anterior. No entanto, como informado logo no
início, nossa intenção não é justificar o que aconteceu no passado. Estamos
apenas oferecendo explicações para possíveis dúvidas que o(a) usuário(a)
lesado(a) possa ter. Trata-se, portanto, de um complemento ao nosso pedido de
desculpas: caso haja alguma dúvida que ainda o(a) incomoda, oferecemo-nos para
tentar saná-las. Mas, de todo modo, o principal que viemos oferecer é o nosso
pedido de desculpas, já veículado oportunamente.
11) Vocês podem garantir que não causarão mais nenhum dano?
Sim. Oferecemos total garantia de que nada será feito que possa minimamente
prejudicar o(a) usuário(a). Só não temos como oferecer algo concreto para
comprovar essa garantia, então fica a cargo do(a) usuário(a) confiar ou não em
nossa palavra. Foge do nosso controle dizer se o(a) usuário(a) confiará ou não
em nossa garantia, e uma grande parte da manifestação de nosso compromisso é,
justamente, o de não tentar convencer ou exigir qualquer resposta da outra
parte. Portanto, embora ofereçamos nossa completa garantia, entedemos e
respeitamos se eventualmente o(a) usuário(a) ainda apresentar quaisquer dúvidas
sobre a segurança de nossos produtos.
12) Isso é conversa para me levar a consumir novamente o produto?
Não. Espero que nossas palavras não tenham dado essa impressão errada. Mas, caso
essa seja uma dúvida, podemos esclarecer: não temos mais qualquer intenção de
oferecer nossos produtos. Já temos um contrato vitalício de exclusividade com
um(a) cliente e assim pretendemos prosseguir. Como mencionado, já algumas vezes,
nosso intuito é apenas oferecer nossas desculpas por se tratar do correto a ser
feito e nada mais. Complementarmente às desculpas, ficam aqui nossos
esclarecimentos sobre eventuais dúvidas que podem ou não surgir. Apenas isso.
13) E o que vocês esperam que vá mudar depois desse pedido de desculpas?
Nada. Como mencionado várias vezes, estamos oferecendo nossas desculpas por ser
o certo a se fazer. Não esperamos nada em troca ou como consequência desse
pedido de desculpas.
14) Como posso saber que tudo isso que estão falando é verdade?
Infelizmente, não é possível saber. Se fosse possível comunicar aquilo que
existe dentro da nossa alma a outro ser, poderíamos fazê-lo para tornar
cognoscível a verdade daquilo que trazemos dentro de nós. Mas trata-se de uma
capacidade que nenhum ser humano possui. Portanto, oferecemos nossas palavras,
cientes de que é possível ainda haver dúvida legítima sobre a sinceridade delas.
Respeitamos a dúvida. Uma vez mais, reafirmamos: apenas oferecemos nosso pedido
de desculpas, sem esperar algo em troca. Não esperamos nem sequer que nossas
palavras recebam qualquer crédito. Caso haja dúvidas ou não, está tudo bem,
aceitamos, reconhecemos e respeitamos. Nada muda.
15) Mas se vocês não esperam nenhum efeito do pedido de desculpas, qual o
sentido de ofecer desculpas sabendo que não servirão de nada?
Essa pergunta também é difícil. Existe uma diferença entre "esperar" e
"desejar". Quando se espera algum efeito, isso significa que há ao menos uma
mínima esperança de que o efeito ocorra em razão de uma determinada causa. O
desejo, por sua vez, não depende dessa esperança. Por exemplo, é possível
desejar a paz mundial ou a cura de todas as doenças simplesmente por reconhecer
esses eventos como bons por si sós e desejáveis; mas não há razão para esperar
que tais efeitos se produzam como consequência de acordar cedo, tomar um café
quente e partir para o trabalho. Quando diz-se "não esperar" um tal efeito, é
por reconhecer-se a inexistência de potência em um objeto para produzir o outro;
ou, sendo tal potência insondável, por reconhecer-se a sua aparente
improbabilidade. Afinal, seria até prepotente acreditar num tal poder em um
simples pedido de desculpas formulado por simples pessoas. Não temos esse poder
todo! Pode até ser, quem sabe, que haja efeitos benéficos a partir do nosso
pedido de desculpas, mas não tem como criar qualquer expectativa disso. Por isso
mesmo, é preciso que estejamos bastante conformados com a grande probabilidade
de que não sirvam para coisa alguma. Aliás, não produzindo efeitos negativos já
é bom o bastante! No entanto, em termos de desejos, sim, desejamos tudo de bom.
Nosso desejo é de que a sua vida, caro(a) usuário(a) seja repleta de paz, de
realizações, de sucesso, de felicidade. Mas não temos poder de dar isso a quem
quer que seja. Será muito bem-vindo se nosso singelo pedido de desculpas ou se
estes esclarecimentos lhe aumentarem um pouquinho a paz de espírito e a
felicidade da alma, mas reconhecemos as nossas limitações. Por esse motivo, nada
esperamos. Mas muito desejamos. E desejamos o bem, sempre.
OUTROS ESCLARECIMENTOS
Até aqui, tentamos imaginar as perguntas mais prováveis e mais difíceis de serem
respondidas. Caso haja outras, insira nos comentários e atualizaremos a nossa
seção de Perguntas Frequentes.